Vida de irmã Juana Inés da Cruz é um mistério para estudiosos

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28 Abril 2011

Há 316 anos de sua morte, este mês, estudiosos da vida e obra da irmã Juana Inés de la Cruz divergem sobre a vida e obra da popular e contraditória freira, conhecida como "a décima musa". Ela deixou de escrever dois anos antes de morrer, entregou seus livros às autoridades eclesiásticas e submeteu-se a penitências e a uma existência totalmente ascética.

A informação é da Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação (ALC), 28-04-2011.

Num ensaio escrito por Antonio Alatorre (1922-2010), intitulado Irmã Juana e os homens, o crítico literário afirma que a decisão dela de não escrever mais é como que equivalente ao propósito de não querer viver mais.

A Igreja Católica e escritores que estudaram a trajetória da irmã - entre eles o principal editor de sua obra, conhecido como Méndez Plancarte - consideraram tal atitude como um processo natural para uma religiosa que deixou todos os prazeres humanos, inclusive o de escrever, para dedicar seus últimos esforços à salvação espiritual de sua alma.

Nessa mesma perspectiva, diz matéria da agência EFE, caminha a obra de Aljandro Soriano, inititulada Irmã Juana Inés da Cruz, a donzela do verbo. O autor assinalou que nenhum documento comprova que a irmã tivesse sido perseguida pela instituição católica, que a teria feito parar de escrever.

No entanto, a maioria dos estudiosos do século passado de sua obra,entre os quais aparecem figuras conhecidas como Alfonso Reyes, Emilio Abreu Gómez e Octavio Paz, afirmam que irmã Juana foi vítima do estilo inquisicional da Igreja Católica, por causa de suas “condutas desordenadas”, como inferiu Pascual Buxó.

Segundo Buxó, os hierarcas contavam com mecanismos internos "não formais" para submeter a rebelde freira, aplicando-lhe a disciplina eclesiástica, quando um simples chamado de atendimento do Santo Oficio, naquela época, tivesse sido mais do que suficiente para submeter espírito tão rebelde ante as estruturas; no entanto, até o momento, isso são puras especulações.

Os estudiosos admitem que as principais controvérsias deram-se com o confessor dela, Antonio Núñez de Miranda. Ele exigiu que a irmã deixasse de lado a poesia e os estudos "mundanos", para que sua dedicação a Deus fosse completa, como apontou no documento conhecido como Carta de Monterrey.

Os principais estudos assinalam sua mudança a partir de dois fatos significativos. A publicação, em 1689, do primeiro tomo de Inundação Castálida, em que aparece em quantidade poesia cheia de ardor amoroso, e a edição, um ano depois, da chamada Carta Atenagórica, a qual gerou imensa controvérsia em torno da personalidade de sua autora.